Ecossistemas de Inovação na América Latina

A inovação é essencial para o desenvolvimento sustentável, para criar soluções e avanços que possibilitem enfrentar os problemas mundiais atuais, bem como alcançar maior bem-estar social e econômico. Por isso, é importante consolidar ecossistemas de inovação que ajudem as regiões a prosperar e criar oportunidades em nível local que serão fundamentais para a recuperação econômica pós-pandemia.

No Movimiento Salud 2030 promovemos o desenvolvimento de soluções que tenham impacto nas comunidades, através da cocriação com os sistemas de saúde da América Latina. Buscamos ser um catalisador de inovação em saúde, integrando atores e instituições, dos setores público e privado, para colaborar e gerar sinergias que permitam fortalecer e consolidar ecossistemas e multiplicar o impacto sem duplicar esforços.

São muitos os benefícios que resultam do trabalho ao nível do ecossistema, uma vez que a interação é facilitada, os recursos são utilizados de forma mais eficiente e há um intercâmbio de estratégias conjuntas para desenvolver e implementar soluções que respondam aos desafios atuais e às necessidades futuras em benefício da população . Economicamente, os ecossistemas contribuem para a geração de empregos, bem como para o desenvolvimento local e regional.

Nos últimos anos surgiram importantes ecossistemas, que se tornaram pontos-chave para a criação e desenvolvimento de startups. É o caso de países como Estados Unidos, Reino Unido, Israel e Canadá que conseguiram consolidar seus ecossistemas e transformar suas economias por meio da inovação. Esses 4 países estão posicionados como os melhores ecossistemas de inovação do mundo, segundo a Relatório Ecossistema StartupBlink 2020, um hub global de pesquisa e inovação de startups que mapeia e avalia ecossistemas.

É essencial entender o nível de desenvolvimento dos ecossistemas de inovação na região e em cada um dos países, para desenvolver programas que se adaptem às capacidades e preencham as lacunas atuais.

 

Qual é o panorama dos ecossistemas de inovação na América Latina?

O Relatório Ecossistema StartupBlink 2020 que considera em sua avaliação a quantidade e qualidade de startups e outras organizações de apoio, bem como o ambiente de negócios, mostra que os ecossistemas mais fortes da América Latina são: Brasil em 20º lugar, Chile em 34º, Argentina em 38º, México em 41º e Colômbia em 46º lugar no mundo. Além disso, o Brasil está posicionado na 30ª colocação de países inovadores, com soluções criadas especificamente para o enfrentamento da pandemia de Covid-19, segundo o mesmo Ranking.

Map from StartupBlinks Ecosystem report
(The StartupBlink's algorithm takes into account a geographic crowdsourced database of tens of thousands of startups, accelerators, and coworking spaces, among other entities)

 

Ainda são vários os desafios e oportunidades para promover a inovação e a cultura empreendedora na região, que se acentuam diante de momentos inéditos como o que vivemos. No entanto, nos últimos anos, os ecossistemas da América Latina evoluíram, tornaram-se mais fortes e confiáveis. Vários países latino-americanos criaram condições, programas e incentivos favoráveis ​​para transformar a inovação em um motor de crescimento. Assim, continuar a promover o empreendedorismo, a inovação e a colaboração é fundamental para os desafios atuais e futuros.

De acordo com relatório anual sobre investimento tecnológico na América Latina, da LAVCAO investimento na América Latina dobrou ano após ano, de 2016 a 2019. Em países como México, Colômbia e Argentina houve um aumento significativo do investimento nas startups da Semilla entre 2018 e 2019 (México: de 32 para 50 operações; Colômbia de 10 para 23; Argentina de 9 a 18) que mostra que o ecossistema da região está prosperando e sendo apoiado por governos, investidores, aceleradoras e corporações. As principais oportunidades de inovação na região estão nos setores de saúde, educação e logística, como resposta à nova realidade global.

 

Vamos rever alguns dos países com os ecossistemas de inovação mais fortes da América Latina:

Brasil

Nos últimos 20 anos, o Brasil estabeleceu diversas políticas públicas para financiar e apoiar a inovação. O governo criou programas de crédito, incentivos fiscais, projetos de pesquisa em empresas e investimentos de capital em startups. A redução da burocracia também tem sido benéfica para o ecossistema de inovação no país.

Em relação aos investimentos, em 2019 o Brasil tinha 50,5% das operações na região, com US$ 2,49 bilhões investidos em 222 operações, segundo o Relatório anual de investimento em tecnologia da LAVCA.

Atualmente, o Brasil é o país com o ecossistema mais forte da América Latina. De 2019 a 2020, subiu 17 posições no ranking Startupblink, graças à quantidade e qualidade de startups, ao bom ambiente de negócios e ao ecossistema, que reúne todas as condições para um rápido crescimento. São Paulo é a principal cidade para startups, tornou-se um hub global de inovação e a única cidade da América Latina entre os 40 principais ecossistemas de inovação.

 

Chile

Nos últimos 10 anos, os setores público e privado apoiaram o crescimento de startups de inovação, com o objetivo de gerar impacto no emprego e no crescimento econômico do país no longo prazo. Além disso, o Chile é o país com mais empreendedores da OCDE e busca se tornar o polo de inovação e empreendedorismo da região latino-americana. Eles têm programas financiados pelo governo, como o Start-Up Chile, uma das principais aceleradoras do mundo que também atraiu empreendedores estrangeiros.

O relatório anual sobre investimento tecnológico na América Latina, da LAVCA2020, mostra que no Chile durante 2019 foram investidos US$ 63 milhões em 40 startups, o que representa 9,1% das operações na América Latina.

A cidade de Santiago domina como o núcleo do país para startups e o relatório Startupblink considera importante que mais cidades também reúnam condições para criar empreendimentos de sucesso e assim conseguir manter a posição de liderança na região, já que caiu 4 posições em seu relatório de 2020, em comparação com 2019.


Argentina

Nas últimas duas décadas, o ecossistema de inovação na Argentina vem se fortalecendo. Instrumentos públicos de fomento à atividade, como a Lei do Empreendedorismo e a Lei da Economia do Conhecimento têm sido de grande ajuda. No entanto, como em outros países da região, é necessário continuar fortalecendo a interação e o trabalho conjunto de atores-chave.

A maioria das startups está envolvida em inovação em AgTech, BioTech, FinTech, HealthTech, Machine Vision e Telecom.

É um dos ecossistemas que mais crescem na região. Segundo o relatório de investimentos em tecnologia da LAVCA, em 2019 foram investidos US$ 290 milhões em startups argentinas, com 29 operações que representam 6,6% da região. E de 2019 a 2020 subiu 6 posições no ranking mundial da Startupblink.

Illustration of MAN IN SCIENCE LAB